Nem sempre que pego ônibus estou preparada para presenciar certas coisas. Hoje porém, ocorreu um caso no mínimo CURIOSO (pra não dizer esquisito, sujo, sinistro).
Após entrar no busu e percorrer o corredor até a parte central do dito cujo, percebi muitas folhas de joirnal e revista espalhadas pelo chão. Imediatamente tentei entender o porquê de tuda akela bagunça. Ao olhar em volta percebi que em um dos bancos estava sentado um sujeito que pelas veste e pelas condições de higiene, parecia ser um mendingo. Uma garota entrou e com um sorrisinho debochado disse: "O que é isso meu senhor? Não pode não!", e continuou rindo com seus amigos. Parada ali, conversando com um colega do 7º período, o Henrique, fiquei pensando (tudo ao mesmo tempo, acredite) qual seria o motivo daquela aglomeração de papéis velhos e qual seria a utilidade que elas teriam para o cara?
Depois de pensar bastante, cheguei a conclusão: um dia reparei que as pessoas que moram na rua costumam se cobrir com jornais à noite. Então, comecei a pensar o seguinte: a sociedade não sabe do quanto deve ser ruim (pra não dizer humilhante, perigoso, frio, molhado, péssimo...) não ter onde morar. E mais, como pode uma pessoa morrer de frio e as pessoas (todas!!) não fazerem nada, deixarem pra depois uma coisa tão importante que é a vida!!!
Na sáida no terminal, depois - riam!!- de ocorrer uma colisão entre o nosso ônibus e o 507 que vinha logo atrás (dentro do terminal!!!!!!!), o homem, pacientemente, recolhia o que viria a ser seu futuro cobertor, e as pessoas nem ligavam para isso, pior, pisavam em cima das folhas espalhadas com nojo e repugnância, olhando com caras feias para uma pessoa que tentava proteger-se do frio que estaria por vir durante a noite.
E assim passei mais um dia dentro do ônibus, presenciando cenas, absurdas e sinistras.
"Que nos digam aonde
esconderam as flores
que perfumam as ruas
perseguindo um destino
onde, onde se foram?
ainda cantamos
ainda pedimos
ainda sonhamos
ainda esperamos"
Mercedes Soza
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