quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Em silêncio

Ontem estava à procura do meu projeto de graduação. Não achei. Mas encontrei uma parte de mim que ficou esquecida há muito tempo. Não sei explicar o que senti ao re-ver meus desenhos. Me surpreendi com minha facilidade em usar um lápis.
(Sempre gostei muito de pintar e desenhar com aquarela. Tanto que, não foi por acaso a escolha do nome do meu blog, este mundinho que costumo chamar de meu).
Foi apoteótico, mas ao mesmo tempo fiquei um pouco triste. O que será que teria acontecido se, há sete anos, eu tivesse marcado Artes Plásticas na ficha de inscrição de vestibular, ao invés de Jornalismo?
Será que eu estaria tão frustrada com minha profissão? Ou será que eu teria trilhado caminhos mais prazerosos? Sabe, costumo dizer que não gosto de me arrepender do que não fiz. Prefiro pensar que é sempre melhor arriscar do que ver a oportunidade passar ao meu lado.
Sei que, se naquela época marquei Jornalismo, tinha meus motivos. E se hoje estou frustrada, tenho, pelo menos, convicção de que fiz aquilo porque EU quis, e ninguém me forçou a nada. Pelo menos isso me deixa feliz.
Mas minhas férias estão servindo para pensar mais em mim, no que eu realmente quero, para me conhecer melhor. Na última edição da Revista TPM, a matéria especial se refere ao silêncio - coisa que as mulheres não conseguem muito fazer - bom, pelo menos é o que diz a matéria. Mas não é só o silêncio de "não falar com os outros", mas o silêncio interior, a meditação. E fala também da dificuldade que nós temos de silenciar nossos pensamentos quando estamos tentando ouvir o coração.
Aliás, acho que é isso que a matéria quer dizer. Quando você dedica um pequeno tempo para você, é possível ouvir a voz do coração, e aí, vem o auto-conhecimento. Momento este que, mesmo involuntariamente, eu tenho experimentado.
Aliás, para quem acompanha este blog, deve estar parecendo estranho meu silêncio a respeito de minha profissão. Ultimamente eu estava reclamando muito. Mas eu preferi calar durante as férias. Na verdade, eu precisava mesmo era entender o que estava se passando comigo. Por isso preferi ficar na minha.
Agora eu já sei o que eu quero. Mas isso é assunto para outro post.

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Desafio culinário com palavras

Por falar em experiências, a Xana me deixou um desafio, e eu vou encará-lo. Gosto de cozinhar, mas admito, não sou das melhores cozinheiras como minha mãe, mas minha canja dá um caldo, rsrs.
Espero que gostem.

Uma receita na ponta do lápis

Com papel e lápis nas mãos,
deixava minha imaginação voar.
Juntava com cola em bastão, e fazia o que o coração mandasse.
Fazia um mundo só meu, como se nada, nem ninguém estivesse ao meu redor.
A receita era simples, bastava sentir o cheio amarelo da comida no ar e escolher a cor certa para pintar.
Criei personagens já existentes, outros veio da imaginação.
Colecionei desenhos de aventuras, de quando fazia bola-de-sabão.
Para ficar mais feliz, abria o saco de balas de iogurte, depois de comer o bolo de chocolate da vovó.
Mas o tempo passou. Meus lápis de vários números e cores ficaram esquecidos.
O esfuminho, que demorei a comprar, quase não foi usado, e agora está guardado dentro da cómoda no quarto.
A receita é bem simples. Eu sei como se faz.
Mas a idade parece que nos tira os encantos, e rouba os sonhos de criança.
Eu eu já me decidi.
Vou anotar a receita e colar na geladeira.
Quem sabe assim, não mudo o sabor da vida na próxima segunda-feira?




Por Katarine Rosalem

6 comentários:

Unknown disse...

já está publicado , tenho andado com uma dor no braço , e não dá para estar por aqui uito tempo, adorei , beijinho

Unknown disse...

ahhh podes ir buscar o teu selo :)

.anny giacomin. disse...

e foi exatamente isso q a gente comentou no nosso ultimo encontro :)

Kari disse...

Já sabes o que queres? Que bom isso... Então corre atrás moçinha!

E que lindo poema. Não deixa o papel de lado, mesmo que o tempo seja curto...

Beijão pra tu

Anônimo disse...

Oi Katarine, tive que retirar o comentário da Clarice pois estou reformulando o blog ok.

bjs
Marcos

Dani disse...

Adorei a receita. Agora só falta mostrar seus desenhos.
Sobre as frustrações eu acho que independente de qualquer coisa, que você siga os seu coração. E a coragem de mudar, você já tem.